Em uma recente pesquisa realizada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) nas capitais brasileiras, descobriu-se que 58% dos entrevistados não se dedicam ao planejamento financeiro familiar, ignorando o equilíbrio entre suas rendas e despesas.
As consequências disso são tão variadas quanto graves. Por exemplo: a ausência de um planejamento financeiro pode evoluir para o acúmulo de dívidas. Além de dificultar o acesso a crédito, a inadimplência afeta seu padrão de vida e posiciona-se como um obstáculo para a conquista dos seus objetivos.
Daí, a relevância desse tipo de postura e atitude estratégica aplicada ao seu dia a dia. Para ajudar, neste post vamos falar sobre algumas das melhores práticas de planejamento financeiro familiar, como:
- Por que ter um planejamento financeiro familiar?;
- Por onde começar?;
- Como aplicar o planejamento financeiro familiar em sua rotina?
Quer saber tudo sobre o assunto? Então, siga com a leitura deste post!
Por que ter um planejamento financeiro familiar?
Além do dado compartilhado anteriormente, vale a pena reforçar a importância do planejamento financeiro familiar a partir de outra estatística perigosa: mais de 60% dos brasileiros encontra-se em dívidas com o cartão de crédito.
O grau de inadimplência é elevado e, certamente, a pandemia do coronavírus tem parte nisso. Mas não podemos ignorar a falta de organização financeira da população para o desenho desse espectro.
Ainda mais porque a divisão de despesas e o acúmulo de rendas entre os membros da família podem gerar conflitos. Imagine que, sem organização e planejamento, uns gastam mais do que os outros e com serviços/produtos que não agregam em nada o convívio coletivo.
Como resultado, as despesas fazem mais peso do que a renda, impedindo que objetivos financeiros sejam traçados — e alcançados, seja em curto médio ou longo prazo.
Por outro lado, esse tipo de disciplina e planejamento coincide com o equilíbrio entre gastos e ganhos financeiros, permitindo a construção de um patrimônio gradualmente maior.
E, o melhor, imune contra novas dívidas.
Por onde começar?
Se o desconhecido é um ponto-chave para o acúmulo de dívidas e o despertar do estresse financeiro, comece analisando a verdadeira situação do orçamento familiar.
Por meio disso, fica evidente os rumos da renda, no dia a dia, permitindo que todos possam reajustar seus hábitos financeiros para que as despesas nunca ultrapassem o teto da renda familiar.
Então, confira com a gente um passo a passo rápido para colocar o planejamento financeiro familiar na ponta do lápis:
- identifique a realidade de sua realidade financeira;
- observe o destino dos seus recursos, ao longo do mês, entre as despesas fixas (como aluguel, conta de luz etc.) e variáveis (como supermercado e opções de lazer, entre outras);
- avalie algumas operações financeiras que ajudem a rentabilizar o dinheiro poupado;
- analise os principais riscos contra o seu planejamento financeiro familiar;
- estabeleça objetivos financeiros.
Vamos ver como isso tudo pode ser estabelecido na prática e fazer parte do dia a dia de cada um dos seus entes queridos?
Como aplicar o planejamento financeiro familiar em sua rotina?
Como toda novidade, a prática se mostra efetiva com o tempo. Por isso, disciplina, organização e coletividade são palavras-chave para que o planejamento financeiro familiar não permaneça na promessa.
Isso vale, inclusive, para as crianças, sabia? Para saber mais a respeito do assunto, deixe salva para depois a leitura de nosso artigo que explora a importância da educação financeira infantil!
Enquanto isso, vamos começar com algumas boas práticas para isso, tendo em vista que a reunião familiar é o primeiro passo para que todos estejam alinhados e se comprometam com o processo e o resultado.
Separe as despesas fixas e as variáveis
Lembra-se que comentamos a respeito disso, na lista acima? Pois então, essa separação é importante para que o cálculo da renda e das despesas familiares permaneça sob controle.
Afinal de contas, as despesas fixas não vão mudar. E isso já exige que uma fatia do orçamento seja direcionada ao pagamento delas. Consequentemente, as despesas variáveis têm que ser avaliadas e um teto de gastos deve ser estabelecido para garantir que o limite do orçamento nunca seja ultrapassado.
Em média, a reserva de 35% de toda a renda para as despesas variáveis) é um número interessante, já que os outros 65% do orçamento podem ser usados para investimentos (de 10 a 15% da renda) e para o pagamento das despesas fixas (de 55 a 60% do orçamento).
Defina objetivos para o planejamento financeiro familiar
Objetivos imediatos costumam estar relacionados com a quitação de dívidas ou mesmo com parcelamentos com os dias contados. Independentemente do motivo, vale a pena ter um objetivo esclarecido sobre o assunto.
Pois isso favorece o planejamento de objetivos maiores e mais distantes, que são aqueles com prazos estipulados para mais de 12 meses à frente. E é aí que entram algumas alternativas que costumam circular na imaginação do brasileiro, como:
- a compra de um imóvel;
- a poupança para uma aposentadoria tranquila;
- a economia para a educação universitária dos filhos.
Mais uma vez, a reunião em família oferece uma perspectiva da qual todos podem opinar e contribuir com o alinhamento dos objetivos. O que garante, por consequência, a participação e motivação de todos no processo.
Comece a investir
Independentemente de quanto vocês consigam economizar por meio do planejamento financeiro familiar, informem-se sobre os melhores meios de investimento.
E não se preocupe quanto ao valor inicial e de poupança mensal, pois existem opções no mercado que podem ter início com um investimento de apenas R$ 100.
Só que, de maneira complementar, tenha em mente que é fundamental alinhar o investimento selecionado com os objetivos estabelecidos. Isso porque, cada alternativa tem as suas características, e uma delas pode ter mais a ver com o projeto familiar desenhado por vocês, com certeza!
Evite novos gastos parcelados
Controlar os gastos no cartão de crédito é uma maneira positiva de fortalecer o planejamento financeiro familiar. Pois o pagamento à vista tende a garantir algum desconto, no preço final, e garante um monitoramento mais efetivo dos gastos.
Afinal, quem nunca preferiu deixar uma comprinha para o mês seguinte, com o auxílio da data de vencimento da fatura? Só que a conta, um dia, chega e o planejamento financeiro familiar tem que estar muito bem desenhado para que imprevistos assim não ocorram ou tornem-se frequentes.
Respeite o padrão de vida da família
Com o teto de gastos (fixos e variáveis), oriente todos os familiares a não ultrapassar esse limite. E isso vale também para as ambições do dia a dia. Pois é comum que queiramos comprar algo melhor, quando sobra uma renda a mais em determinado mês, mas os objetivos devem ser sempre relembrados.
Do contrário, um exagero aqui e outro ali começam a se tornar mais comuns. E isso facilita o descarrilhar de toda a disciplina construída nos últimos meses.
A regra é clara, portanto: não gastem mais do que vocês têm de renda mensal.
Exercitem a educação financeira diariamente
Educação financeira tem tudo a ver com organização. Não se trata, apenas, de conter os gastos, mas de fazer isso tudo com sabedoria e estratégia. Daí, o valor do planejamento financeiro familiar.
Tudo porque a razão por trás dessa mudança de postura tem, ao menos, um objetivo. De maneira gradativa, com o alcance dessas metas (pequenas ou maiores) os familiares podem testemunhar a evolução, o que gera mais motivação e engajamento com o tempo.
Não se penalize com a chegada de imprevistos
Às vezes, por conta de algum imprevisto (como o conserto do automóvel ou uma despesa médica emergencial) o planejamento financeiro familiar daquele mês é comprometido.
Mas isso não significa que a família deve se penalizar e apontar dedos à procura de culpados. A origem do problema, sim, deve ser esclarecida e ajustes têm que ser feitos, mas é uma excelente oportunidade para que todos tenham mais flexibilidade para alinharem-se aos novos cenários.
Evite subestimar os pequenos gastos
Alguns vilões do planejamento financeiro familiar são pequeninos — literalmente. Os pequenos gastos do dia a dia parecem inofensivos, mas, acumulados eles são grandes rivais dos finais felizes.
Dessa maneira, é fundamental que os familiares entendam e reconheçam o cuidado com esses gastos que parecem insignificantes. No total do mês, eles são famintos e podem prejudicar o orçamento. Atenção!
Crie uma reserva de emergência
Além do investimento, existe algo de grande valor para a solidez do seu planejamento financeiro familiar: a construção de uma reserva de emergência.
Por meio dela, aqueles gastos imprevistos que citamos anteriormente impactam menos a renda familiar, e com o tempo esse montante pode se converter em uma fração dedicada ao investimento para planos maiores.
Mas é importante ter uma quantia mínima, que seja, para garantir que os imprevistos não coloquem a perder todo o empenho dedicado pelos seus familiares.
Para ajudar, temos um guia completo para você desenvolver a sua reserva de emergência. Dê uma olhadinha assim que finalizar este artigo!
Revise o planejamento financeiro familiar constantemente
Já falamos sobre isso, mas vale o reforço: não pense que o planejamento é inflexível. Pelo contrário: ele deve ser monitorado constantemente e, acima de tudo, estar sempre aberto para ajustes.
A manutenção do orçamento é um passo elementar que vai contribuir com a segurança dos seus objetivos e, ainda, garantir ações rápidas e efetivas para contornar qualquer obstáculo que pode surgir pelo caminho.
E se você está em busca de mais ações estratégicas para fortalecer o planejamento financeiro familiar, fica aqui o nosso convite: curta a nossa página no Facebook e siga-nos no Instagram, Twitter e LinkedIn para ficar sempre por dentro de todas as nossas dicas e novidades sobre o assunto!